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segunda-feira, 31 de março de 2014

Os primórdios do Theatro de S. João

PORTO DESAPARECIDO© Marina Tavares Dias e Mário Morais Marques. 


"O Theatro de S. João é, por suas dimensões e conveniente fabrica, proporcionado em sua grandeza á população da cidade, servindo tanto para a musica, como para a declamação – Francisco d’Almada e Mendonça, sendo corregedor nesta comarca, influiu para que se formasse uma associação de capitalistas, negociantes e proprietários, nacionaes e estrangeiros, e com o fundo de quase 150 mil cruzados, levantou o magnifico theatro que frequentamos agora. Deu o risco para este edifício o architecto italiano Mazoneschi, que também o fora do real theatro de S. Carlos em Lisboa, e dentro de breve espaço de 26 mezes se levou a cabo obra tão vasta e sólida.
Foi a abertura a 13 de Maio de 1798, para festejar os anos do príncipe regente D. João. Para esta primeira representação foi preciso prescindir da cornija de pedra que deveria circuitar o edifício, na esperança de se remediar esta falta em occasião opportuna, o que se não tem até hoje podido levar a effeito!"

In  O Nacional 23 de Dezembro de 1848


Primitivo edifício de Teatro de S. João,
 antes do incêndio do início do século XX. 
Photographia Guedes - Arquivo Municipal

sábado, 29 de março de 2014

AS TERTÚLIAS DO GUICHARD NA PRAÇA NOVA

PORTO DESAPARECIDO©
Marina Tavares Dias

Mário Morais Marques.

Poucos anos depois, um outro café abriria na Praça de D. Pedro, no edifício que fora dos frades dos Congregados, duas portas adiante da esquina que torneja para o templo. Feio lhe chamaram, de mau gosto o apelidaram e, no entanto, esse café, o "Guichard", foi, e talvez continue a ser, o mais famoso da cidade do Porto.

 A respeito profetizou Júlio Diniz: "[...] há de merecer uma menção honrosa na história da literatura portuense"*. Na realidade, por aí passaram quase todos os nomes da geração de escritores românticos. Camilo é o mais conhecido, e os seus primeiros anos de permanência na cidade do Porto confundem-se com peripécias e aventuras centradas no famoso botequim. 

Em "Serões de S. Miguel de Seide", numa das inúmeras referências que deixou a propósito do Guichard e de um dos seus frequentadores, Camilo escreve: "Em 1849 era João Roberto de Araujo Taveira um dos mais galhofeiros e satiricos rapases da phalange do café Guichard - que eu chamava uma colmeia onde se emmelavam doces favos de espirito, se aquelle botequim não fosse antes um vespereiro que desferia, ás revoadas, ferretoando os bócios dos gordos philistinos da "Assembleia" e as macias espaduas lácteas das suas consortes no coração e nos ádypos"*. 

Esclareça-se que a "Assembleia" era a Assembleia Portuense, antepassada do Clube Portuense, sendo os seus frequentadores o alvo preferencial dos ataques violentos e mordazes dos rapazes do Guichard.

(CONTINUA NO LIVRO)


sexta-feira, 28 de março de 2014

IMPERIAL

PORTO DESAPARECIDO© 
de

Marina Tavares Dias
Mário Morais Marques



capítulo
OS CAFÉS

«O ultimo café a abrir na década de 30, nesta zona da cidade, será o Imperial, a 27 de Maio de 1936. A imprensa da época noticia o facto com grande relevo, transcrevendo discursos de ocasião. Os arquitectos Ernesto Korrodi (1889-1944) e seu filho Ernesto Camilo (1905-1985) são autores do projecto, "nem peixe, nem carne, mas que pode e deve enfileirar ao lado dos melhores cafés do país e do estrangeiro"* - assim o classifica o velho Korrodi.

O interior é dominado por um grande vitral alusivo ao cultivo, transporte, transformação e consumo do café. À entrada, do lado direito, um local para venda de jornais; do esquerdo a venda de café a peso. Ao fundo, à direita, o bar, com tecto de vidro e cristal. Virá a ser conhecido popularmente como "sacristia", e utilizado como local de tertúlia.

Aqui se reuniram Óscar Lopes e seu pai Armando Leça, João Gaspar Simões e outros. Uma porta giratória em cobre e cristal permitia o acesso ao interior. Quando, na Praça, em tarde de contestação anti-ditadura, os manifestantes se protegiam da polícia dentro do Café Imperial, eram estas portas que barravam o passo aos cavalos.» [...] (continua no livro)


Pormenor de fotografia 
de MARINA TAVARES DIAS, 1984

quinta-feira, 27 de março de 2014

COSTUMES do PORTO ANTIGO na cartofilia

A cartofilia de há um século sobrevivia em grande parte graças ao sucesso do bilhete postal topográfico, apesar do inegável impacto de outros bilhetes temáticos, hoje em dia (2014) um pouco injustamente agrupados sob o epíteto generalista de «românticos».

O certo é que foram estes, os «postais topográficos», que nos deixaram a memória dos costumes de cada cidade, assim como da arquitectura perdida e do património delapidado. No caso do Porto, os grandes editores, como Alberto Ferreira, Arnaldo Soares ou o geralmente designado «Estrela Vermelha» contribuíram com centenas de «clichés» até então desconhecidos - e que hoje nos permitem retomar quotidianos quase inimagináveis em certos locais.



Os tempos em que Ramalde era campo aberto 
(edição Estrela Vermelha)


O Bolhão inicial, ao ar livre
(edição Alberto Ferreira)

O pimitivo Teatro de S. João, antes do incêndio
(edição Arnaldo Soares)

quarta-feira, 26 de março de 2014

O Casamento «camiliano» de Fanny Owen


Nos jornais da época, o casamento de Francisca Owen parece já, efectivamente, uma cena do Porto camiliano:

«Recebimento – Hontem recebeu-se na Igreja de Santo Ildefonso por procuração, o illm.º Sr. José Augusto Pereira de Magalhães com a exm.ª sr.ª D. Francisca Owen; representando o Sr. Magalhães o illm.º snr. Doutor Joaquim Marcellino Mattos, e por a exm.ª Snr. F. Francisca Owen o illm.º Sr. José Corrêa de Mello Silveira, sendo testemunhas o exm.º Francisco Brandão de Mello e António de Mello – Os noivos estão no Douro, aonde se demorarão algum tempo.»
O Chronista
6 de Setembro de 1853

terça-feira, 25 de março de 2014

A casa de FANNY OWEN


Imagem rara de Teresa Menezes como Fanny Owen, 
no seu jardim de Vilar do Paraíso (Gaia). 
«Francisca», filme de Manoel de Oliveira 
baseado no livro «Fanny Owen»
de Agustina Bessa-Luís, 1981.

[...] Vilar do Paraíso ainda vive à sombra de cenários camilianos. O pequeno jardim da terra acolhe uma capela dedicada a S. Martinho. Enquanto ela vai ou não vai abaixo (também há projectos para a demolir), vão-se cumprindo mais ciclos dessa vida ancestral.[...]

À beira do caminho, a antiga casa de Fanny Owen perdeu os rótulos verdes descritos por Camilo. Recebeu, algures no tempo, um revestimento de azulejos, provavelmente encomendados a uma das outrora célebres fábricas de cerâmica de Gaia. 

De resto, é a "pinturesca morada" de "No Bom Jesus do Monte" e das "Duas Horas de Leitura": um muro baixo com lanças de ferro, o portão ladeado por taças de pedra, o pátio lateral sob janelas de guilhotina, uma escada exterior para o primeiro andar. Por trás, a pequena quinta com tanque e nora. Ao fundo, o mirante por onde, "medindo do céu abaixo a profundidade do abismo", Fanny se precipitou nos braços do seu raptor, José Augusto Pinto de Magalhães. [...]

MARINA TAVARES DIAS
fragmento de reportagem sobre 
moradas ligadas a Camilo Castelo Branco

segunda-feira, 24 de março de 2014

Os Abadessados dos conventos portuenses

[...] Ao retirar-se de um dos festejos, Guilherme Braga ouviu alguém que dentro das grades lhe dizia: "Espere um bocadinho!” O poeta não perdeu a oportunidade e prontamente retorquiu: "Nesse espere um bocadinho/Se ilusão minha não fosse.../Parece que vem mais vinho/Parece que vem mais doce."*
[...]
Depois de alguns abusos, referidos por Camilo e que Magalhães Basto cita, os últimos abadessados foram já feitos à porta fechada, no parlatório do convento, com acesso reservado a portadores de convite, ao género de sarau literário-musical então vulgar em muitas casas portuenses.

PORTO DESAPARECIDO
MARINA TAVARES DIAS
E
MÁRIO MORAIS MARQUES

FOTOGRAFIA DE MARINA TAVARES DIAS

sábado, 22 de março de 2014

OS POSTAIS do PORTO NO ADVENTO DA CARTOFILIA A CORES

PORTO DESAPARECIDO© 

Marina Tavares Dias 
e Mário Morais Marques. 


Continuamos a divulgar os postais digitalizados e enviados pelos Amigos do Porto Desaparecido
© Original. 
Obrigado e bem hajam!


Eixo Aliados-Cordoaria.  Quanto a verde... «E Tudo o Vento Levou».






sexta-feira, 21 de março de 2014

De GAIA ao PORTO em 1877

O Comboio chegou às Devesas em 1864, mas teve de aguardar vários anos até alcançar a capital do Norte, cessando então o serviço da Mala-Posta.

Os passageiros, depois de desembarcarem na estação das Devesas, em Vila Nova de Gaia, mudavam-se para traquitanas puxadas por cavalos, entrando aos tropeções na cidade do Porto.

Lady Jackson no seu livro de crónica de viagens
A Formosa Lusitânia, que Camilo traduziu e se publicou no Porto em 1877, conta-nos assim o final da viagem de comboio que iniciara em Lisboa:

« [...] Mas ainda tínhamos que andar, e atravessar o Douro, antes de chegar ao Porto, ou Oporto, como os inglezes querem que seja. Uma estreita caixa de madeira de um omnibus, era o único transporte, e nós os trez e mais dous com innumeras malas, caixotes e saccos, com difficuldade cabiamos. Subimos e depois descemos vagarosamente uma íngreme encosta e passamos a ponte-pênsil, alumiada pelos lampejos dos raros lampeões. Começava a tremular no rio o radiar da lua, dando feitios fantasticos às sombras dos objectos, quando íamos em solavancos a entrar na cidade, que se eleva na montanha fronteira a nós. Passava das onze horas quando entramos no Porto.»


MARINA TAVARES DIAS
MÁRIO MORAIS MARQUES
PORTO DESAPARECIDO

A Ribeira na década de 1860,
numa albumina de Carlos Relvas

quarta-feira, 19 de março de 2014

O GUICHARD


O oitocentista Café Guichard, na Praça Nova, no tempo
em que Camillo Castello Branco ali se reunia 
em tertúlia. Capítulo 
OS CAFÉS DO PORTO. PORTO DESAPARECIDO 
de MARINA TAVARES DIAS e MÁRIO MORAIS MARQUES.


Um visitante experimentado e fino chega a qualquer parte, entra no café, observa-o, examina-o e tem conhecido o país em que está, o seu governo, as suas leis, os seus costumes, a sua religião. 
Almeida Garrett.

terça-feira, 18 de março de 2014

A MAJORA da Rua das Taipas



Puzzles, livros, 
jogos e cubos de madeira 
da década de 1950


A Majora, fábrica dos brinquedos e dos jogos que deliciaram gerações de portugueses, foi fundada em 1939 pelos irmãos Oliveira: Mário e Joaquim. [...] O primeiro, clássico entre os clássicos, começou a ser vendido em 39 e ainda se encontra por aí. Chama-se "Pontapé ao Goal". Assim mesmo, "goal", como se escrevia no tempo em que "football" ainda não passara a português corrente. 

O "pedigree" deste jogo está patente a todos nós: sendo "goal" e não "golo", tem de ser um clássico! Procure-o nas lojas, e ficará na posse de um dos jogos de sociedade que primeiro se venderam em Portugal.

    O sucesso dos novos jogos ("Quebra-Cabeças", "Tarzan e a Caça às Feras", "Loto/Quino", "Tangram", entre muitos), até então completamente desconhecidos entre nós, multiplicou-se ao longo dos pacatos anos 40. Em breve a Majora mudou de casa, para uma fábrica na portuense Rua das Taipas. E continuou a cescer [...]

PORTO DESAPARECIDO 
de
MÁRIO MORAIS MARQUES
e
MARINA TAVARES DIAS

segunda-feira, 17 de março de 2014

Guarany: o índio déco da Avenida

Excerto de

PORTO DESAPARECIDO
de
MARINA TAVARES DIAS
e
MÁRIO MORAIS MARQUES





[...] Sobre o Café Monumental e sobre o Guarany, descrevendo o ambiente e respectivas orquestras, escreveu o engenheiro João António Ferreira Lamas, recordando o convívio que mantivera com o então seu colega na Faculdade de Engenharia do Porto e futuro poeta Jorge de Sena:

"Havia, no entanto, um ou outro café em que tocavam orquestras ligeiras, na Avenida dos Aliados, como o Monumental, com a orquestra do Almeida Cruz e outras, e o Guarany. Que existe ainda, embora muito transformado.

Ao fim da tarde, íamos até lá ouvir as belíssimas músicas de Benny Godmann, Harry James, Francisco Canaro, Felix Mendelsohn, Glen Miller, etc, músicas que ainda hoje nos deliciam (e não só por saudosismo, porque também são apreciadas pelos mais novos), como "La Comparsita" ou "In the Mood". O ambiente era pesadíssimo, de cortar à faca; o espaço reduzidíssimo, ficávamos quase ao colo uns dos outros, mas era das poucas coisas agradáveis de que podíamos desfrutar pelo preço de uma bica.
" [...]
(CONTINUA NO LIVRO)

domingo, 16 de março de 2014

A destruição da Cidade do Cinema da INVICTA FILM. Take 2





PORTO DESAPARECIDO 
O original,
o de
MARINA TAVARES DIAS
MÁRIO MORAIS MARQUES

"A Invicta Film Lda., usando o epíteto habitualmente conferido à capital do Norte, foi uma empresa pioneira do cinema português fundada a 22 de Novembro de 1917. O capital inicial de 150.000 escudos, soma milionária para o seu tempo, demonstra bem a disponibilidade e a crença dos sócios que se envolveram nesta maravilhosa aventura duma nova forma de arte, por muitos ainda vista, na época, como espectáculo de circo.

No ano seguinte, é contratado o realizador Georges Pallu, que rapidamente se especializa em adaptações dos clássicos da literatura portuguesa, como Júlio Diniz («Os Fidalgos da Casa Mourisca», 1920) ou Camilo Castelo Branco («Amor de Perdição», 1921), sempre com enorme sucesso nos écrans portuenses e também nos lisboetas. Rino Lupo, outro dos realizadores míticos da Invicta, assinaria o igualmente bem-sucedido «Zé do Telhado» (1929).

O que aconteceu aos estúdios magníficos e pioneiros da INVICTA, instalados na Quinta da Prelada (onde ainda há poucos anos eram visíveis vestígios do estúdio 1), pode servir de metáfora para a indiferença com que tem sido destruído o património histórico e artístico do Porto."

quarta-feira, 12 de março de 2014

O Rei D. Carlos no Porto

1894

4 de Março: D. Carlos e D. Amélia partem para o Porto, onde participam nas celebrações do centenário do Infante D. Henrique e na inauguração da estátua, na praça homónima. Fotografia rara das festividades nesse dia, vendo-se, ao fundo, o Mercado Ferreira Borges.


terça-feira, 11 de março de 2014

Temporalidades...

«Hoje, sentada no Caffè di Roma (instalado no gaveto amputado à velha Brasileira), pacifico a revolta com uma frase que ele muitas vezes empregava: 'Deus escreve direito por linhas tortas'.

Assim que formulo este pensamento, o olhar vai pousar-me, ao acaso, num medalhão preservado da antiga decoração das paredes.

Agora mais brilhante, dourado com tinta nova, o monograma de Adriano Telles permanece no alto, sobre a cabeça dos circunstantes que continuam a escrevinhar inutilidades temporais. Tal como há 80 anos, julgam-se resguardados do frio porque escolheram a mesa do canto…»

Texto e fotografia de Marina Tavares Dias (2002)


segunda-feira, 10 de março de 2014

Uma livraria clássica com uma escadaria revolucionária





1) Pormenor de cartão estereoscópico 
de Aurélio da Paz dos Reis
- Interior da Livraria Lello (c. 1912).

2) Fotografias do Arquivo Marina Tavares Dias (2013).
- Fachada e escadaria da mesma, mais de um século depois.



[...] O autor do projecto do edifício (Livraria Lello) fora o Eng.º Xavier Esteves, a quem chamavam " O Jumento Armado" deturpação de "Cimento Armado"; dos primeiros projectistas em betão armado no Porto. A memoria descritiva do projecto* indica que a escada "será montada em caixa de cimento armado para ter ao mesmo tempo solidez e elegância.[...] E continua: "O objectivo comercial d'esta construção determinou a escolha do estylo original, o rigor e pureza das suas linhas coaduna-se bem com a severidade e concentração que traz o convívio dos livros."  

domingo, 9 de março de 2014

CAMILO E A FOZ



A oitocentista Foz do Doura numa gravura
de As Praias de Portugal, de Ranmalho Ortigão


Em 1826, morava na travessa do Caramujo, em S. João da Foz, uma família de Amarante, que viera a banhos, e constava dos seguintes membros:

Pantaleão de Cernache Telo Aboim de Lencastre Maldonado e Sousa Pinto de Penha e Almeida; sua mulher, D. Amália Vitória Rui da Nóbrega Andrade e Vasconcelos Tinoco dos Amarais; sua filha, Hermenegilda Clara, com todos os apelidos paternos, e cinco de sua mãe; duas criadas graves; uma cozinheira, casada com o lacaio; um escudeiro preto; um galego adjunto à cavalariça; dois cães de lobo; e finalmente, uma cadelinha atravessada de cão de água e galga.

Eu, João Júnior, que estas coisas ponho em escri­tura para memória eterna, morava na rua de Cima de Vila, e da minha janela vi muitas vezes na sua o sr. Pantaleão, homem de cor de lagosta cozida, com cabeleira azulada pela acção do tempo, olhos refegados com debrum escarlate, papeira ampla como a dos cretins dos Alpes, e nariz poliedro como uma castanha do Maranhão.

CAMILLO CASTELLO BRANCO
in
SCENAS DA FOZ

sábado, 8 de março de 2014

OS CHOCOLATES QUE PERDERAM A SUA CONFEITARIA

A Confeitaria Arcádia em 1984. Ao fundo, o fabuloso painel de vidro com figuras «déco». Em cima das mesas, o tradicional tabuleiro de madeira que se ajustava ao tampo de mármore.
A Arcádia não morreu. Parece que até faz bom negócio. Abriu  novas lojas, até em Lisboa. Está agora melhor agora que há muitos anos. 
Mas a sua confeitaria histórica, na Praça da Liberdade, talvez não desse o mesmo lucro. A firma preferiu fechá-la, privando a cidade de um estabelecimento que era património de todos os portuenses. Esqueceram-se? - Nós não. E gostávamos de saber onde está o painel de vidro, já agora...




PORTO DESAPARECIDO© Marina Tavares Dias e Mário Morais Marques. 

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sexta-feira, 7 de março de 2014

O PASMATÓRIO DOS LÓIOS, vulgo PASSEIO DAS CARDOSAS

«O Arquitecto Marques da Silva desenha os edifícios da Companhia A Nacional e do Banco Inglês que, simetricamente a Poente e Nascente, marcam de forma ténue a separação dos dois espaços urbanos. O seu estilo influenciará todas as futuras construções na nova Avenida e na Praça. Aqui, à volta da estátua de D. Pedro, todas as casas serão demolidas ou alteradas, sobrevivendo apenas, como testemunho do século XIX, o "Passeio das Cardosas".» (continua no livro)

PORTO DESAPARECIDO
MARINA TAVARES DIAS
e
MARIO MORAIS MARQUES,
2002


quinta-feira, 6 de março de 2014

PORTO DESAPARECIDO© Marina Tavares Dias e Mário Morais Marques.



https://www.facebook.com/livroportodesaparecido

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Praça Almeida Garrettt
Fotografia enviada especialmente pelos
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quarta-feira, 5 de março de 2014

Teresa d'Albuquerque em MONCHIQUE

Amor de Perdição

Camillo Castello Branco

- Onde é Monchique? – perguntou Simão a Marianna.
- É acolá, senhor Simão – respondeu, indicando-lhe o mosteiro que se debruça sobre a margem do Douro, em Miragaya.
Cruzou os braços Simão, e viu através do gradeamento do mirante um vulto
Era Thereza.




segunda-feira, 3 de março de 2014

PORTO DESAPARECIDO© Marina Tavares Dias e Mário Morais Marques

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Rua de Santo António / 31 de Jneiro na década de 1920

domingo, 2 de março de 2014

O PORTO NA TELA DO ANIMATÓGRAFO

Gosta do PORTO DESAPARECIDO©?

Do único, do original, do registado PORTO DESAPARECIDO?


Do que começa muito antes do Facebook em Portugal, em 2002 e como livro de sucesso?


Do de MARINA TAVARES DIAS e de MARIO MORAIS MARQUES?

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PORTO DESAPARECIDO
© Marina Tavares Dias e Mário Morais Marques. Por favor partilhem com os vossos amigos.

«Panoramas do Porto»: fotograma de um filme original (curta-metragem de animatógrafo), cerca de 1900. 

Enviado especialmente pelos
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sábado, 1 de março de 2014

O hotel que já foi GRANDE no PORTO

« Era um hotel emblemático, com quartos magníficos, de janelas sobre a Rua de Santa Catarina; restaurante de iguarias a condizer com os estuques dourados que representavam a sua época. O nome ostentava pergaminhos de Grande Hotel do Porto, por direito próprio, numa cidade onde, durante décadas, era o mais sofisticado e o mais central.

Hoje em dia, após uma intervenção modernaça (que pretendia «melhorar» a que fora já feita na década de 1950), tem quadros copiados de fotocópias a cores, lombadas de livros falsos no salão de entrada, veludo encarnado e almofadas pretas; tudo misturado com moldes de estuque, a molho e sem sentido algum, escorrendo pelas paredes abaixo. Hoje em dia, o Grande Hotel passou a ter o cenário de grande bordel.

Frequentei-o durante mais de 25 anos. Ali passei dias, semanas, meses, sempre que ia ao Porto. Em Janeiro de 2012, disse-lhe adeus de vez, passando a mão pelas colunas do salão (uma das poucas coisas que permanecem intactas, e que estão agora totalmente deslocadas no meio de tanto horror).

As fotografias abaixo tirei-as eu, em tempos melhores. Não. Digamos apenas que... em tempos diferentes. »

MARINA TAVARES  DIAS





        fotografias de Marina Tavares Dias